terça-feira, 17 de janeiro de 2012


Pândegas e Picardias da Cultura em Sergipe
                                                            Mesalas Santos


Estamos em um período do ano em que ocorrem diversos eventos culturais em nosso estado: eventos de massa como prévias carnavalescas (basicamente shows com bandas predominantemente baianas que tocam o ritmo denominado axé music), shows de bandas nacionais e locais nas belas praias sergipanas, etc; por outro lado, temos também as festas tradicionais (Encontro Cultural de Laranjeiras, Festa das Cabacinhas, Festa de Reis etc) que remetem a costumes, crenças, valores culturais, ou seja, informa sobre a identidade de um povo, proporcionando a variedade de culturas.
Não coloco em questão qual dessas é a melhor, (como fazem concursos de bandas que põem em embate artistas, definindo qual melhor representa Sergipe em eventos internacionais), pois aprendemos que não podemos mensurar culturas que dessa forma cairemos no poço etnocêntrico da estupidez. No entanto, é fácil ouvir que Sergipe passa por um período de redescoberta da “própria cultura”, dos costumes, de suas crenças e valores identitários, daquilo que os meios de comunicação nos últimos anos veicula como a sergipanidade.
Existem formas diferentes de se pensar a identidade cultural de um povo. Uma delas sofre reflexo em que uma determinada comunidade busca recuperar a verdade sobre seu passado na “unicidade” de uma história e de uma cultura partilhadas que poderiam, então, ser representadas, por exemplo, em uma forma cultural, sobretudo sob a ênfase dos meios de comunicação. Outra concepção de identidade cultural é aquela que a vê como uma questão tanto de tornar-se quanto de ser. Isso não significa negar que a identidade tenha um passado, mas reconhecer que, ao reivindicá-la, nós a reconstruímos e que, além disso, o passado sofre constante transformação.
Diante do exposto, vos convido a refletir brevemente sobre algumas questões atuais, outras nem tanto, pertinentes a cultura em Sergipe, sobretudo rever este momento tão propalado com galhardia pela mídia sergipana, por gestores e agentes culturais que passa a tal sergipanidade.

1)    Como falar de sergipanidade se os nossos representantes legais(deputados, vereadores, senadores etc.) autorizam emendas parlamentares todos os anos em eventos privados, destinando recursos públicos para associações “sem fins lucrativos” para realizações de festas nos últimos anos*? Neste sentido, percebemos a cultura enquanto relações de poder, onde privilegia-se o lucro, a pasteurização dos produtos culturais, o esquema imoral de recursos públicos destinados às entidades não governamentais para a promoção de grupos políticos, etc;

2)    O papel ineficaz das entidades culturais que cada vez mais cooptadas, acreditando no sonho de ficar “empregada” por quatro anos, ficam sujeitas às decisões do governo sobre os assuntos pertinentes à área da cultura. E o que reforça de certo modo este comportamento é que somos coniventes com esta situação, pois sabemos como é o estado atual da cultura no nosso estado e não fazemos nada pois temos MEDO e DESCOMPROMETIMENTO!

3)    Baixa participação em editais nacionais de agentes culturais sergipanos para captação de recursos para a área da cultura, pois a meu ver há uma acomodação letárgica dos agentes culturais à política do pedir ao invés de captar.

4)    E o Conselho Estadual de Cultura? Alguém sabe, alguém ouve, alguém vê? Quem são os representantes eleitos? O que sabemos é que não há eleição para ser representante estadual da cultura, apenas uma indicação do governador é o suficiente para estar dentro do Conselho. Entendo que o correto seria a escolha deliberada pelos agentes culturais da sociedade civil junto com o poder público e iniciativa privada ... Afinal, é participação ou tutela?

5)    E o Fundo de Desenvolvimento Cultural e Artístico – FUNCART, alguém sabe quanto de recurso tem disponível para investimentos na cultura? E quanto foi gasto e com quais atividades? Ou seja, propiciar transparência com relação aos gastos de recursos públicos na prestação de contas para que a sociedade civil possa acompanhar a destinação destes.

6)    O desrespeito para com os mestres e brincantes que ficam sempre em segundo plano em eventos marcadamente da cultura popular. É impressionante como os políticos deste estado acham que eles são os baluartes da cultura pois arrotam magnificências em palanques discursando futilidades quando na verdade quem importa são os mestres, conduzindo o festejo do qual eles são a verdadeira atração e não o palanque cheio daqueles que utilizam a cultura para outros fins(alienação ideológica, cooptação, barganha etc).

7)    E nós ficamos na platéia, em baixo, absortos aplaudindo esta cultura do PÃO e CIRCO!
Portanto, estes tópicos (que são poucos) apenas demonstram que é imprescindível que a sociedade civil sergipana, em especial os agentes culturais, se organizem para fomentar, a partir de instâncias deliberativas coletivas legitimadas, políticas culturais que não fiquem na efemeridade da superficialidade. Enquanto isso não acontece, a sabedoria popular continua indo através do uso de táticas, cujas artes de fazer ressaltam as maneiras de utilizar o sistema vigente com suas imposições dogmáticas, onde a trampolinagem  procura ao menos através de manobras equilibrar-se entre as forças desiguais.



* Para ver a matéria na integra de Lúcio Vaz no site Correio Brasiliense, onde traz a denuncia “Associação de irmão de deputado recebe recursos públicos para fazer festas” veja o link http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-economia/33,65,33,14/2010/12/16/interna_politica,227995/associacao-de-irmao-de-deputado-recebe-recursos-publicos-para-fazer-festas.shtml

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Inscrições prorrogadas para Edital de Apoio à Formação, Produção e Circulação Cultural Interna

 
Por Maíra Andrade, da Ascom/Secult

Os produtores e agentes culturais que estiverem elaborando seus projetos para concorrer ao Edital de Apoio à Formação, Produção e Circulação Cultural Interna, terão mais tempo para elaboração, pois a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) prorrogará as inscrições até o dia 16 de setembro. O objetivo é dar oportunidade para que um maior número de agentes culturais possa concorrer.

Outra boa notícia é que a Diretoria de Integração e Projetos Culturais da Secult (Dipic) está dando consultoria para os candidatos que têm duvidas sobre como fazer os projetos. “É interessante que os candidatos procurem nossos coordenadores para tirar dúvidas e fazer projetos bem elaborados, com fortes chances de vitória”, frisa a secretária da Cultura de Sergipe, Eloísa Galdino.

Para solicitar consultoria, os interessados devem entrar em contato com a Dipic através do telefone 3179-1916 e marcar um horário.

Sobre o Edital

Cinco áreas serão beneficiadas com o Edital de Formação, Produção e Circulação Cultural Interna. São elas: Audiovisual; Artes Visuais; Artes Cênicas; Festivais de Música; Oficinas, Cursos e Seminários. As entidades culturais, produtores ou artistas do Estado que queiram participar, deverão voltar-se a uma dessas áreas. Os projetos ainda devem entender a cultura como de suma importância para a garantia da cidadania e promoção de geração de renda.

Para se inscrever, é necessário entregar o projeto-proposta na sede da própria Secult, de segunda a quinta-feira, das 8h às 13h e das 15h às 17h, ou nas sextas-feiras das 8h às 13h.  O projeto apresentado deverá contemplar, no mínimo, uma das áreas do edital: a Formação, a Produção e/ou a Circulação. Além disso, os grupos, artistas, manifestações culturais que desejarem se inscrever deverão estar em atividade há pelo menos dois anos e em território sergipano.

FONTE: http://www.divirta.se.gov.br/noticias/inscricoes-prorrogadas-para-edital-de-apoio-formacao-producao-e-circulacao-cultural-interna

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Feira do Livro da Editora UFS 
LOCAL:Hall da BICEN
HORÁRIO: 9-18
Venda de livros da Editora UFS por R$ 5,00.
 PROGRAMAÇÃO
 Abertura Oficial dia 29/08, as 9 horas.
  ORGANIZAÇÃO - Editora UFS

segunda-feira, 15 de agosto de 2011


Emendas de Sergipe para o Turismo são três vezes mais do que foi destinado à Saúde
Cristian Góes cristiangoes@infonet.com.br
Na edição da última quarta-feira, o Jornal do Dia publicou com exclusividade a relação das emendas que os deputados federais e senadores por Sergipe apresentaram nos anos de 2010 e 2011, especificamente no Ministério do Turismo. Agora, o Jornal do Dia compara o montante das verbas apontadas pela bancada sergipana no Congresso Nacional para festas e infraestrutura turísticas com as emendas dos mesmos deputados federais e senadores para uma das áreas mais sensíveis e caóticas no Brasil: a saúde pública. Os dados e números são estarrecedores. Enquanto os oito deputados federais e os três senadores por Sergipe apresentaram emendas no Ministério do Turismo que formam um valor superior a R$ 328,3 milhões nos últimos dois anos, nesse mesmo período eles fizeram emendas ao Orçamento da União na pasta do Ministério da Saúde de apenas R$ 116,6 milhões, ou seja, as emendas para se gastar com o turismo são quase três vezes mais do que foi para a saúde. Foram destinados R$ 211,7 milhões a mais para festas e infraestrutura turísticas do que para a saúde em Sergipe. Veja nesta página o comparativo entre as emendas apresentadas por cada parlamentar para as duas áreas nos dois últimos anos.
Há um detalhe muito importante nas verbas apontadas em emendas parlamentares para o Ministério da Saúde. Do valor total de R$ 116,6 milhões destinados, apenas R$ 25,6 milhões foram efetivamente apontadas pelos deputados e senadores. Os R$ 91 milhões restantes formaram as emendas coletivas que são apontadas e coordenadas pelo Governo do Estado. Na prática, as emendas pessoais dos deputados e senadores por Sergipe para a saúde é duas vezes menos do que foi destinado apenas para o gasto com festas, através do Ministério do Turismo, que ultrapassou os R$ 55 milhões.
Existem situações muito curiosas. Quem mais apresentou emendas para o turismo em 2010 e 2011 foi o deputado federal Valadares Filho (PSB). A soma chegou perto dos R$ 18 milhões. Só para gastar em festas, o deputado reservou emendas da ordem de R$ 9,95 milhões. Mas no Ministério da Saúde suas emendas, apenas três, só chegaram aos R$ 200 mil, sendo R$ 100 mil a cada ano. O pai do deputado e também senador Antônio Carlos Valadares (PSB) seguiu o mesmo caminho. Endereçadas ao orçamento no Ministério do Turismo foram R$ 15,1 milhões em emendas nos dois últimos anos, mas para a saúde somente emendas que somadas dão um total de R$ 800 mil.
Várias são as situações estranhas, como por exemplo, a do suplente de deputado federal Pedrinho Valadares (DEM) que somente apresentou emendas para este ano. Ele assumiu na vaga de Jerônimo Reis. Pedrinho propôs emendas para o turismo da ordem R$ 7,2 milhões, sendo que R$ 3,4 milhões só para festas. Mas para a área da saúde pública o mesmo parlamentar só apresentou emendas que chegam a R$ 750 mil. Almeida Lima, ainda na condição de senador, por exemplo, para 2010 não destinou nenhum centavo para a Saúde, mas naquele mesmo ano fez emendas de R$ 2,5 milhões para o turismo. Para este ano, Almeida deixou proposto R$ 7 milhões para o turismo e R$ 2 milhões para a saúde.
Quem menos apresentou emendas para o turismo foi o então deputado federal Iran Barbosa (PT). Nos últimos anos R$ 1,2 milhão. Para a Saúde ele também continuou na lanterna, apenas R$ 100 mil. Chama atenção ainda o médico da bancada federal por Sergipe, Eduardo Amorim (PSC). Ele também apresentou mais e maiores emendas para o turismo do que para a saúde. Em 2010, Amorim, que já foi secretário de Saúde fez emendas para o orçamento do turismo da ordem de R$ 5,9 milhões. Naquele ano só apresentou emendas na Saúde de apenas R$ 1,1 milhão. Para este ano o quadro se repetiu. Ele fez emendas para o turismo que envolvem valores de R$ 3,2 milhões e para a saúde de somente R$ 1,8 milhão. Ou seja, nos dois anos foram emendas dele de R$ 9,1 milhões para festas e infraestrutura turísticas e só R$ 2,9 milhões para a saúde.

Maior parte das emendas da Saúde vai para instituições privadas.

Além de ser três vezes menor do que as emendas destinadas ao orçamento no Ministério do Turismo, as propostas apresentadas pelos deputados federais e senadores por Sergipe nos dois últimos anos para a Saúde ainda têm destinação certa: a maioria segue para instituições privadas, como associações e organizações não governamentais, que por sua vez têm convênios com o poder público. A Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia, por exemplo, foi agraciada com emendas das ordem de R$ 2,6 milhões em 2010 e 2011. Também estão na lista Hospital Santa Isabel. Várias emendas foram para o Centro Social de Assistência Serrana, em Itabaiana. Existem ainda emendas consideráveis para a Associação de Caridade do Povoado Jenipapo, em Lagarto. Também naquele município recebeu emendas a Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e à Infância de Lagarto - Maternidade Zacaria Júnior.
Figuram ainda na lista de entidades com emendas na saúde a Associação dos Moradores de Moita Bonita, Maternidade São José (Itabaiana), Associação Maria Soares Dutra (Carira), Legião Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Aracaju), Avosos, Apada, AMO, Associação de Beneficência Hospital de Caridade de Riachuelo, Associação de Assistência à Saúde e Cultura de Riachão do Dantas, Oratório São João Bosco (Aracaju), Hospital São José (Aracaju), Associação de Desenvolvimento Comunitário Mutumbo (Pedrinhas), Associação Beneficente de Pedrinhas.
Jerônimo Reis, na última possibilidade de apresentar emendas na saúde, destinou cinco das dez para o município de Lagarto, sua base eleitoral, todas para associação de caridade, maternidade, Instituto Pias Mestras Venerini, associação de caridade do povoado Jenipapo, e até Apae no município. Outra curiosidade envolve a senadora Maria do Carmo Alves (DEM). Em 2010 ela destinou apenas emenda para a saúde, no valor de R$ 350 mil para uma entidade nacional de nome Serviço Social Autônomo das Pioneiras Sociais. Para este ano, a mesma entidade recebeu atenção com emenda, a única também, desta vez R$ 400 mil. Assim como no turismo, o município de Frei Paulo também foi um dos grandes alvos com emendas. Uma coletiva de bancada, a única na Saúde para 2010, foi destinada para lá e o valor chega a R$ 15 milhões. Além dela, o deputado Mendonça Prado fez emendas para Frei Paulo da ordem de R$ 1,5 milhão. O atual senador Eduardo Amorim busca mobilização da sociedade para a construção de um hospital do câncer em Sergipe, mas além de não ter destinado nenhuma emenda sua para tal feito, ainda viu ser apresentada uma emenda coletiva de bancada - ele assinou também - no valor de R$ 40 milhões para a implantação do Hospital do Câncer de Aracaju. (CG)


Fonte: http://www.jornaldodiase.com.br/viz_conteudo.asp?codigo=15820119331169248

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Iphan promove encontros para capacitação de gestores
 
20/07/2011
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e o Programa Monumenta realizaram encontros de capacitação dos gestores e conselheiros dos Conselhos Curadores dos Fundos Municipais de Preservação, em Laranjeiras -SE e Penedo -AL. Os encontros, que contaram com o apoio das Superintendências do Iphan, unidades do Monumenta e Prefeituras locais, ocorreram no Centro de Informações Turísticas de Laranjeiras e na sede da Prefeitura de Penedo, respectivamente.
A capacitação visa a instrumentar os membros do Conselho para atuar como executores das tarefas relacionadas ao Fundo Municipal, propositores e fiscalizadores das ações de preservação do patrimônio cultural, demandas que surgirão para esses Conselhos após o encerramento do Programa Monumenta. Outro objetivo é ouvir, dos conselheiros, as dificuldades e obstáculos encontrados para por em funcionamento o Fundo Municipal de Preservação, a fim de aperfeiçoá-lo e, em conseqüência, torná-lo mais efetivo.
Nas duas cidades, fez-se um balanço da atuação do Monumenta e foram mostradas informações sobre a situação atual do Fundo, sua organização, suas fontes de recursos e as atribuições de seus membros, além de sensibilizar os conselheiros sobre a importância de terem um papel ativo na fiscalização das ações de preservação realizadas pelos entes locais.
Em Laranjeiras, reunião que contou com a participação da Superintendente do Iphan em Sergipe, Terezinha Oliva, destacou-se o interesse dos presentes em reorganizar de imediato o fundo e, num prazo maior, estudar a possibilidade de fusão com o Conselho Municipal de Política Cultural, a fim de garantir maior representatividade ao Conselho Curador do Fundo e evitar sobreposição entre as atribuições de ambos.
Em Penedo, os conselheiros as regras da contribuição municipal ao Fundo, o papel da Prefeitura na redução da inadimplência na ação de imóveis privados e as condições do novo financiamento, no âmbito do PAC Cidades Históricas.
A Caixa, parceira do programa, participou com seus gerentes locais, o que foi de valia para estabelecer os acordos necessários para a gestão futura do Fundo, como a regular prestação de contas a ambos os Conselhos.
Esses encontros têm ocorrido nas cidades que participaram do Monumenta, e prosseguirão até o fim de 2011.


Fonte: http://www.iphan.gov.br/montarDetalheConteudo.do?id=16113&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia

sexta-feira, 8 de julho de 2011



Praça São Francisco: Patrimônio Cultural da Humanidade

Ministra entrega hoje (08/07) a São Cristovão (SE) diploma conferido à Praça São Francisco em 2010


A comunidade de São Cristovão (SE) receberá, hoje (08), o Diploma de Patrimônio Cultural da Humanidade, conferido à Praça São Francisco, o 18º bem brasileiro a entrar para a lista da Unesco. O local foi aprovado durante a 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Brasília, no dia 1º de agosto de 2010. O documento será entregue ao governador Marcelo Déda, em solenidade de comemoração do 191º aniversário de Emancipação Política de Sergipe, às 16h30, pela ministra da Cultura, Ana de Holanda.
Construída entre os séculos XVI e XVII, a Praça São Francisco, demonstra de forma singular a fusão das influências das legislações e práticas urbanísticas espanhola e portuguesa na formação de núcleos urbanos coloniais. Desta forma, sua autenticidade está explícita em seu desenho, entorno, técnicas, uso, função, contexto histórico e cultural. O sítio é composto pela Igreja de Misericórdia, pelo Palácio Provincial e Casario Antigo, pela Igreja e Convento de São Francisco, pela Capela da Ordem Terceira (hoje Museu de Arte Sacra)  e pela Santa Casa.
No documento apresentado pelo Iphan ao Comitê do Patrimônio Mundial quando da apresentação da candidatura, um dos aspectos ressaltados foi o Conjunto Arquitetônico da Praça, em que está erigido o Convento de São Francisco, um dos mais expressivos remanescentes entre os que foram edificados pela Ordem Franciscana no Brasil Colônia. O local possui uma composição dinâmica própria, em função da monumentalidade do adro, do cruzeiro e da ruptura com a ideia de equilíbrio e simetria comuns a outros conventos franciscanos, sendo que a Praça remete claramente às disposições da Lei IX das Ordenações Filipinas, o que a torna única no processo de ocupação do território brasileiro.
“A Praça São Francisco representa um registro íntegro e autêntico de um fenômeno urbano singular no Brasil, que tem como contexto um período representativo de sua história: a aliança das coroas portuguesa e espanhola sob o domínio dos reinados de Felipe II e Felipe III”, destacou o documento brasileiro.
Ordem do Mérito Aperipê
Durante a solenidade de entrega do Diploma de Patrimônio Cultural da humanidade, o governador de Sergipe condecorará com a Ordem do Mérito Aperipê – a mais alta honraria concedida pelo Estado – personalidades que se destacaram no processo que levou à inscrição da Praça São Francisco na Lista do Patrimônio Mundial, dentre as quais o presidente Luiz Fernando de Almeida, e o chefe da Assessoria de Relações Internacionais, Marcelo Brito, do Iphan.
Haverá ainda apresentação dos grupos populares como Caceteira, Samba de Coco, Reisado e Chegança da cidade de São Cristóvão; São Gonçalo, de Laranjeiras; e Parafusos, de Lagarto; além da Lira Sancristovense e da Orquestra Sinfônica de Sergipe.
São Cristovão
São Cristóvão é uma das mais antigas cidades do país e foi a primeira capital de Sergipe, fundada em janeiro de 1590, no contexto da Dinastia Filipina em Portugal. Os principais monumentos, na Cidade Alta, são cerca de 10 prédios em torno da praça.
A construção teve início em 1693, a partir das doações da comunidade aos franciscanos. Quando a cidade era a capital da Província, o convento abrigou a Assembléia Provincial e o salão da Ordem Terceira era ocupado pela Tesouraria Geral da Província. Já na República, São Cristóvão também aquartelou as tropas do batalhão que combateu os seguidores de Antônio Conselheiro, em Canudos, em 1897.
Tombamento
A cidade foi tombada pelo Iphan em 23 de janeiro de 1967. O Instituto adquiriu e restaurou um dos sobrados da praça onde, atualmente, mantém um escritório técnico e exposições culturais. O Museu de Arte Sacra também fica no complexo histórico e abriga um acervo considerado o terceiro mais importante do país. Existe ainda o Museu de Sergipe cujo acervo é composto por peças que pertenceram às famílias nobres da região. Entre os países em desenvolvimento, o Brasil ocupa o segundo lugar na lista de patrimônios mundiais declarados.
(Texto: Nemésia Antunes, Ascom/MinC)
(Foto da capa: Caroline Borralho, Sefic/MinC)
(Fotos da matéria: Acervo/Iphan)
Fonte: http://www.cultura.gov.br/site/2011/07/01/patrimonio-cultural-da-humanidade/

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O barco de fogo como patrimônio imaterial: subsídios para o registro.

Moisés Santos Souza - 07/06/2011


Visando contribuir na discussão iniciada há alguns anos, sobre a iniciativa e a proposta de promover o registro do barco de fogo como Patrimônio Cultural de Sergipe, venho oferecer neste presente artigo, algumas informações que podem servir de subsídios para aqueles que pretendem encapar tal tarefa.

O Patrimônio Cultural Brasileiro, oficialmente, é constituído pelos “bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto”, que trazem referência “à identidade e a memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira” através das “formas de expressão”, “modos de criar, fazer e viver”, das diversas “criações científicas, artísticas e tecnológicas”, das “obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais”, dos “conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico”. Desse modo, é todo uma gama ou conjunto de bens, conhecimentos e realizações herdados pela sociedade que criam uma certa identidade e reconhecimento nacional, ou seja, aquilo que conferem traços de individualidade em relação a outro povo.

Para preservação ou mesmo salvaguarda desses bens de natureza material e imaterial foi criado dois mecanismos de defesa e proteção: o tombamento e o registro. O tombamento pelo decreto lei n. 25 de 30 de novembro de 1937 e o registro pelo decreto n. 3.551 de 4 de agosto de 2000. Fiquemos com este último instrumento oficial, já que é nesse que se enquadra especificamente, o artefato “barco de fogo” (motivo de nossa discussão), enquanto patrimônio cultural imaterial.

O Registro, meio legal para o reconhecimento e valorização do patrimônio cultural intangível, é o que possibilita a salvaguarda de bens imateriais apoiando a sua continuidade de modo sustentável. Ele registra as tradições presentificadas nos saberes, nas línguas e diversos dialetos, em festas e outras manifestações culturais, transmitidos tanto pela oralidade como também pela gestualidade, permitindo o reconhecimento de valores e traços culturais próprios que reforçam a identidade de um lugar e de um povo. O registro se dá na inscrição em um dos quatro livros abertos para essa finalidade: Livro dos Saberes (conhecimentos e modos de fazer); Livro das Celebrações (rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, religiosidade, entre outras práticas da vida social); Livro das Formas de Expressão (manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas) e Livro dos Lugares (mercados, feiras, praças, santuários, entre outros espaços que concentram e reproduzem práticas culturais coletivas). O barco de fogo se insere como patrimônio imaterial porque, antes de tudo, é um modo de fazer um objeto que é usado nas festividades juninas, repassado tradicionalmente pela comunidade e que exprime consigo formas de pensar e viver de quem o produziu.

Elemento importante dos festejos juninos da cidade de Estância e do estado de Sergipe, o Barco de fogo teve sua origem ainda nos idos do fim da década de 1930, criado pelas mãos do jardineiro e fogueteiro, Francisco da Silva Cardoso (1907-1971), mais popularmente conhecido como “Chico Surdo”, por decorrência de perda de audição. Ele concebeu o barco a partir de uma espada que correu ao longo de um fio de arame e que aperfeiçoando levou ao atual barco que conhecemos hoje. O barco de fogo, juntamente com o ritual do Pisa-Pólvora e as tradicionais guerras de buscapés, é uma das (se não a maior) expressões do São João estanciano. Sem ele e seus respectivos criadores (os fogueteiros), seria muito difícil visualizar as festas juninas da cidade como algo diferenciado das demais ocorridas no mesmo período no Estado e também na região Nordeste. A Festa de São João de Estância, provavelmente se resumiria em shows de bandas de forró elétrico promovidos em sua maior parte pela prefeitura ou mesmo pela iniciativa privada, com acréscimo de algumas apresentações de manifestações folclóricas, atrações essas que também ocorrem em outras cidades. Por isso, sem o barco, não haveria o que é de mais próprio, autêntico e genuíno nos festejos juninos de Estância.

Em resumo, o artefato pirotécnico Barco de fogo, patrimônio de Estância e de Sergipe, é um bem cultural importante por traduzir aos seus o mais forte traço de pertencimento a localidade, além de ser fonte de renda para alguns estancianos no período junino. Por fim, o registro do barco possibilitará um forte apoio na sua continuidade e numa melhoria nas condições sociais e materiais de transmissão e reprodução, possibilitando a sua existência. Mas para isso é constante que os interessados no registro recolham o maior número de fontes possíveis (sejam elas escritas ou textuais, iconográficas, filmográficas, sonoras ou orais), para que o devido encaminhamento aos órgãos responsáveis possa alcançar êxito e para que afinal o Barco de fogo se torne patrimônio oficial da cultura sergipana e brasileira.

Currículo
Estanciano, graduado em História Licenciatura pela UFS e membro desde 2006 do grupo “Defensores do Patrimônio Cultural Sergipano” (DPCS), coordenado pelo prof. Dr. Francisco José Alves. Contato: eraldo.neves@yahoo.com.br. 
FONTE: http://www.ufs.br/?pg=artigo&id=273

quinta-feira, 19 de maio de 2011


Em ação inédita, Judiciário irá ouvir povos tradicionais sobre contaminação por transgênico

Por racismoambiental, 17/05/2011 14:47

Decisão vem à tona no momento em que se discute a liberação do feijão transgênico
No último dia 11 de maio, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF 4ª Região), determinou que a Vara Federal Ambiental de Curitiba ouça os agricultores tradicionais, povos indígenas e comunidades tradicionais sobre a contaminação genética do milho e sobre os danos ambientais e culturais que estão em curso no país desde a liberação do milho transgênico, em 2008. A decisão foi tomada por maioria, exceto o relator, em resposta a um recurso movido pela Terra de Direitos, AS-PTA, IDEC e ANPA.
A Ação Civil Pública (ACP), em trâmite na Vara Federal Ambiental de Curitiba, foi proposta a partir da divulgação dos resultados do “Plano de Monitoramento do fluxo entre lavouras de milho transgênico e não transgênico no Oeste do Paraná”, realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB) durante a safrinha de 2009 (fevereiro a junho). O estudo comprova a contaminação de cultivos convencionais por lavouras transgênicas mesmo quando cumpridas as chamadas regras de coexistência previstas em uma resolução normativa (nº 4) da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
A decisão de ouvir os agricultores tradicionais possibilitará que estes sujeitos, que tradicionalmente selecionam, conservam e reutilizam sementes de milho crioulo a cada safra, demonstrem como vem se dando a erosão genética com a contaminação de suas sementes pelas variedades transgênicas. Além disso, será possível descrever como suas práticas milenares associadas ao cultivo do milho são desestimuladas, interferindo não só no meio ambiente, mas também na cultura desses povos.
Direito do consumidor
Estes resultados revelados pela pesquisa conduzida pelo poder público comprovam que mesmo havendo respeito das normas de gestão dos riscos para garantir a coexistência dos sistemas produtivos de milho no país (RN 04/07), há contaminação genética a distâncias bem maiores que as fixadas, e a níveis muito altos.
Essa contaminação é também uma violação ao direito dos consumidores, já que é garantido por lei a rotulagem de alimentos com mais de 1% de grãos geneticamente modificados (Decreto n° 4.680/03). O que ocorre hoje no país é o consumo de milho transgênico, ou alimentos produzidos a partir dele, como se fossem convencionais.

Feijão Transgênico

Nesta terça-feira, 17 de maio, será discutida em audiência pública com a sociedade a liberação comercial do feijão transgênico desenvolvido pela Embrapa, outro alimento básico da dieta alimentar dos brasileiros. A sociedade civil organizada acompanha o caso e interfere nos debates para que os procedimentos de liberação do milho transgênico não se repitam.

quarta-feira, 18 de maio de 2011


Ministério da Pesca quer projetos culturais que valorizem comunidades tradicionais de pescadores
 
17/05/2011 - 18:45

Além de produzirem pescado, as comunidades tradicionais ribeirinhas e do litoral brasileiro são importantes fontes de saberes e culturas. Para resgatar esta memória, que corre o risco de se perder, e valorizar estas comunidades, a ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, recebeu a visita de Morgana Eneile, assessora especial do Ministério da Cultura, na manhã desta terça-feira, dia 17 de maio, em Brasília.
A reunião discutiu cinco pontos principais com potencial para parcerias entre o Ministério da Pesca e Aquicultura e o Ministério da Cultura, que terá em Morgana Eneile um ponto de contato e articulação.
Ideli Salvatti quer recuperar a história dos mercados públicos brasileiros das capitais e cidades com eventos da Copa do Mundo no Brasil. Em geral estes mercados contam tradicionalmente com bancas para a comercialização de pescado e fazem parte do patrimônio histórico dos estados ou municípios. Este projeto terá de estar concluído antes da copa, programada para junho de 2014.
A ministra ressaltou a importância de se realizar o levantamento das manifestações culturais das comunidades pesqueiras tradicionais, nas diferentes regiões brasileiras.
Defendeu também um projeto para a recuperação da memória das embarcações tradicionais do Brasil, a exemplo das jangadas do Ceará e da canoa de garapuvú, em Santa Catarina. “Muitos acervos e conhecimentos estão se perdendo e temos de recuperá-los”, afirmou a ministra.
Outro projeto mencionado foi o aproveitamento dos Telecentros Maré para a implantação de pontos de cultura, dotados de recursos como pequena biblioteca, projetor e DVD’s. Atualmente existem 120 Telecentros – todos implantados pelo MPA - nos diferentes estados brasileiros. Eles foram criados originalmente para apoiar as atividades dos pescadores e suas colônias, bem como para garantir recursos de informática e acesso à Internet. “Como já temos esta estrutura, o investimento para a criação dos pontos de cultura será bem menor”, lembrou Ideli Salvatti.
O quinto projeto discutido diz respeito à valorização do artesanato dos pescadores e de suas mulheres, como produtos feitos de conchas ou de pele curtida de peixe, que se transformam, por exemplo, em bolsas e cintos.
Morgana Eneile se comprometeu a fazer gestões em diferentes áreas do Ministério da Cultura para viabilizar os projetos de interesse dos pescadores e de suas famílias.

Fonte: http://www.mpa.gov.br/#imprensa/2011/MAIO/nt_MAI_17-05-mpaprojetos

quarta-feira, 11 de maio de 2011


30 anos sem Bob Marley: como surgiram e onde estão hoje as bandeiras levantadas pelo músico.

 RONALDO EVANGELISTA


Bob Marley, nascido Robert Nesta Marley e batizado Berhane Selassie pela Igreja Etíope Ortodoxa seis meses antes de sua morte, era uma força musical, política e religiosa. Em seus 36 anos de vida e 20 de carreira, o compositor e cantor fez mais do que qualquer outro para levar a musicalidade jamaicana do reggae ao reconhecimento internacional, plantando suas ideias e visões em canções adoradas universalmente, espalhando sua espiritualidade por todo o planeta, angariando fiéis e criando estéticas. Esta quarta-feira (11/05/2011) completa-se 30 anos de sua morte. Saiba como surgiram e como estão hoje as principais ideias que Bob Marley pregava:
 
 
O MOVIMENTO RASTAFÁRI

Hoje somando mais de um milhão de seguidores pelo mundo, além de representar cerca de 5% da população da Jamaica, o Movimento Rastafári se caracteriza mais como uma ideologia do que uma religião organizada. Nascido em fins da década de 20, a partir das ideias de pan-africanismo e de volta do povo negro às raízes africanas propagadas pelo ativista e religioso Marcus Garvey, o movimento Rasta via no Imperador da Etiópia Haile Selassie --ou Ras Tafari Makonnen-- a reencarnação de Jah, como chamam a Deus.

A irmandade, comunhão com a natureza, interpretação própria da Bíblia, a força dos negros africanos e o uso de maconha --a "erva da sabedoria"-- para fins espirituais estão entre as características do movimento Rasta e consequentemente das mensagens da música de Bob Marley, ecoando até hoje entre seus seguidores.
manifestação na Jamaica, reivindicando a legalização da cannabis sativa.
MACONHA

Há milhares de anos as propriedades da planta herbácea Cannabis sativa são cultivadas no mundo: da fibra natural do cânhamo para produzir roupas e papéis até as propriedades calmantes e alucinógenas da maconha para efeitos analgésicos ou uso recreativo. Para Bob Marley, que costumava repetir que não se pode dizer a Jah que uma planta que ele criou é ilegal, a marijuana, ou kaya, ou ganja, era mais: elemento de uso ritualístico e espiritual. Para a cultura Rasta, o consumo de maconha é uma maneira de buscar comunhão com a natureza e se aproximar de Jah. Na via contrária, desde o começo do século 20, a cannabis se tornou amplamente ilegal pelo planeta, apesar de ser a substância ilícita mais usada no mundo, segundo as Nações Unidas.

Na história da música pop, mais músicos do que seria possível contabilizar cantaram a planta, dos Beatles ao africano Fela Kuti, passando por Ben Harper, Sublime, Willie Nelson, Cab Calloway e, no Brasil, Marcelo D2, desde os tempos de sua banda Planet Hemp, e mais recentemente cantando Bezerra da Silva, outro advogador da causa. A discussão sobre a legalização da droga é hoje uma tendência mundial e, apesar do uso ainda ser proibido em muitos países, lugares como Alemanha e Holanda encaram o assunto com leveza, além de em mais de dez estados americanos a maconha ser descriminalizada ou permitida para uso medicinal.
Dreadlocks
 
OS DREADS

Os cabelos trançados em mechas, formando longos tufos enrolados, são uma tradição milenar. Desde o Egito Antigo, passando por inúmeros povos e culturas, com diferentes significados e funções estéticas, os dreadlocks são símbolos de orgulho racial, manifestação política e afirmação espiritual. Quando os Rastas começaram a usá-los como amostra e poder de sua crença, os dreads se tornaram mundialmente uma assinatura visual, um conceito religioso, um ícone pop, ideológico e comportamental contemporâneo. Mais do que identificação imediata com um estilo musical, é a definição de um estilo de vida.

Além de ser um estilo tradicional da cultura negra, no Brasil os dreads podem ser feitos em cabeleireiros tipicamente black, mas também são opção comum em salões de classe média com preços de R$ 300 a R$ 800, e tempo de produção de 5 a 12 horas. Ana Paula Tabalipa, Daniela Mercury, Felipe Dylon e Marcelo Falcão, d'O Rappa, são representantes do uso do estilo recentemente no país. Gilberto Gil os cultiva há dez anos.


REGGAE

Com seu ritmo próprio, suas dinâmicas particulares e seu universo temático, o reggae partiu de suas influências do jazz e do soul americano para criar uma linguagem única, desenvolvida por músicos jamaicanos a partir dos anos 60. Inicialmente surgido como uma evolução mais lenta de ritmos como ska e rocksteady, o reggae acompanhou seu maior expoente, Bob Marley, na expansão por todo o mundo. Se hoje em dia aderir ao estilo significa quase cantar sobre Jah, louvar a volta às raízes e assumir a influência da cannabis, o ritmo hipnótico, andamento lento, fortes linhas de baixo e batida no contratempo são elementos musicais universalmente reconhecidos.

O reggae é uma opção musical e comportamental rica. No Brasil há uma forte cena dedicada ao estilo, com nomes como Edson Gomes, Tribo de Jah, Ponto de Equilíbrio e Planta e Raiz, além de Gilberto Gil, que em em 2001 chegou a viajar a Jamaica para gravar disco dedicado a Bob Marley. A cada dia surgem novos nomes, a cada disco mostram-se novas possibilidades, a cada canção o estilo se amplia. O dub, espécie de variação instrumental e mais experimental do gênero, é também cada vez mais aceito e tocado, representado no Brasil por nomes como Buguinha Dub e Rockers Control.
 
 
 FONTE: http://musica.uol.com.br/ultnot/2011/05/11/30-anos-sem-bob-marley-como-surgiu-e-onde-estao-hoje-as-bandeiras-levantadas-pelo-musico.jhtm

terça-feira, 10 de maio de 2011

Caixa lança editais de patrocínio à cultura para 2012


A Caixa Econômica Federal disponibiliza hoje o conteúdo de três editais de apoio a projetos culturais para 2012, no sítio da CAIXA Cultural, www.caixa.gov.br/caixacultural. Serão publicados os editais para Ocupação dos Espaços da CAIXA Cultural; de Apoio ao Artesanato Brasileiro; e de Festivais de Teatro e Dança.
As inscrições para os projetos de todos os programas são feitas exclusivamente por meio de formulário eletrônico. Todas as informações necessárias para a inscrição estarão disponíveis no regulamento de cada programa, no sítio da CAIXA Cultural.
As dúvidas relacionadas aos regulamentos deverão ser encaminhadas para a CAIXA, por meio da ferramenta Fale Conosco, disponibilizada no sítio de inscrições de projetos, e também através do número 0800-727-0241, de segunda a sábado, de 8h às 20h, a partir do dia 9 de maio. Os resultados de todos os editais serão divulgados até o dia 31 de outubro de 2011, no sítio da CAIXA Cultural.
O Programa de Ocupação dos Espaços da CAIXA Cultural selecionará projetos para a formação das pautas a serem realizadas no período de março de 2012 a fevereiro de 2013, nas unidades da CAIXA Cultural localizadas em Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O valor máximo de patrocínio por projeto será de R$ 300 mil. O período de inscrição irá de 9 de maio até 10 de junho de 2011.
Os projetos para ocupação dos espaços podem ser nas áreas de artes visuais (fotografia, escultura, pintura, gravura, desenho, instalação, objeto, vídeo-instalação, intervenção e novas tecnologias ou performances), artes cênicas (teatro, dança e performance de palco), música e cinema. Além destas modalidades, estão contempladas ainda palestras, encontros, cursos, workshops, oficinas e lançamento de livros.
O Programa CAIXA de Apoio ao Artesanato Brasileiro selecionará projetos a serem realizados ao longo de 2012 que visem ao desenvolvimento de comunidades artesãs e à valorização do artesanato tradicional e da cultura brasileira, contemplando várias etapas do processo produtivo. Em 2012, o valor máximo de patrocínio por projeto será R$ 50 mil. O período de inscrições irá de 16 de maio até 17 de junho de 2011.
O Programa CAIXA de Apoio a Festivais de Teatro e Dança selecionará projetos de festivais de teatro e dança que acontecerão em todo o território nacional, no período de janeiro a dezembro de 2012. O valor máximo de patrocínio por projeto será de R$ 200 mil. O período de inscrições irá de 16 de maio até 17 de junho de 2011.

FONTE: http://diariodotempo.com.br/2011/05/caixa-lanca-editais-de-patrocinio-a-cultura-para-2012/